O Presidente da República de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, reconheceu Quarta-feira (28/06) que a Comunidade Muçulmana em Moçambique “tem mantido uma contribuição inestimável na consolidação da paz e edificação de uma Nação próspera e de bem-estar”.

O reconhecimento enquadra-se que âmbito que do Eid al‑Adha ou “celebração do sacrifício”, que é uma celebração islâmica de fé. As famílias de todo o mundo reúnem‑se para trocar presentes e doces. É também um momento de comunhão, onde as pessoas partilham as suas bênçãos com os menos favorecidos, num espírito de generosidade.
Postando na sua página oficial do Facebook, Nyusi escreveu que “o Eid Ul-Ad’ha assinala-se poucos dias após selarmos uma importante etapa de desarmamento e desmobilização dos nossos irmãos, antigos guerrilheiros da Renamo, acendendo, a partir do nosso país, a chama da renovação da esperança por um mundo de Paz, solidariedade e concórdia entre irmãos”.
“Por ocasião da passagem do Eid Ul-Ad’ha, em nome do Povo e do Governo da República de Moçambique e no meu próprio, desejo a toda a Comunidade Muçulmana no país e no mundo inteiro uma celebração feliz, inspirada no Profeta Ibrahim, que nos ensina a consentir sacrifícios e a perseverar perante adversidades da vida, colocando o amor a Deus acima de qualquer desejo mundano”, lê-se na mensagem do Estadista moçambicano.
Os muçulmanos comemoram duas festas religiosas: o Eid Al-Fitr (Festa do Desjejum), que é a comemoração após o término do mês de jejum (Ramadã) e o Eid Ul-Ad’ha, que tem duração de quatro dias e marca o fim do HAJJ (a peregrinação anual a Meca, na Arábia Saudita – quinto pilar do Islã).
O EID AL-ADHA é também conhecido como a “Festa do Sacrifício”, pois, para os muçulmanos, é uma celebração em memória da obediência do Profeta Abraão a Deus (Allah) ao aceitar sacrificar o seu filho Ismael e a intercessão (misericórdia) de Allah que colocou um cordeiro no lugar de Ismael no momento em que este seria sacrificado.
No EID AL-ADHA presentes/comidas são trocados e animais são abatidos (carneiros e outros) como símbolo do sacrifício de Abraão; a carne é dividida com familiares, amigos e com os pobres.
O Eid Al-Adha acontece entre o 10° e 13° dia do mês islâmico de Dhul Hijjah, à medida que o Hajj – a peregrinação a Meca, quinto e último pilar do islamismo – chega a seu fim. O Dhul Hijjah, é o 12° e último mês do calendário lunar observado pelo Islã, considerado santo por comunidades que jejuam em seus primeiros nove dias.

Na maioria dos países, as comemorações deste ano do Eid Al-Adha começaram esta quarta-feira (28/06). Em alguns lugares, como no Paquistão, têm início hoje, na Quinta-feira (29/06).
A tradição islâmica diz que o profeta Abraão (Ibrahim) – patriarca compartilhado pela fé de judeus, cristãos e muçulmanos – recebeu em seus sonhos ordens de Deus para sacrificar seu filho Ismael (Ismail). Ambos decidiram obedecer a Deus, como um gesto de fé e obediência. O diabo – Iblis, segundo o Islã – tentou dissuadir Abraão; sem sucesso, afastado sob pedras atiradas pelo celebrado profeta. Ao constatar a reverência do patriarca e de seu pai, segue a história, Deus enviou do paraíso um cordeiro para ser sacrificado no lugar de Ismael.
Muçulmanos comemoram a devoção de Abraão e Ismael como parte de sua peregrinação (Hajj), ao atirar pequenas pedras nas colinas de Mina, na Arábia Saudita. Uma versão similar da história é mencionada nas tradições judaico-cristãs.
Sacrificar animais de rebanho é parte das festividades do Eid Al-Adha, embora não seja uma recomendação, e não um dogma do Islã.
Eid Al-Adha – celebrado na Turquia também como Kurban Bayrami – é historicamente uma festa de generosidade e compaixão. O Islã costuma enfatizar a caridade por meio do Zakat, outro dos pilares da doutrina, e o Eid Al-Adha é considerado uma oportunidade para tanto.
Há algumas regras para os animais a serem sacrificados: jamais animais doentes ou feridos. Indivíduos podem abater uma cabra, uma ovelha ou um cordeiro, enquanto grupos maiores podem imolar uma vaca ou mesmo um camelo, em algumas regiões.
A carne deve ser compartilhada com os mais pobres, além de familiares e amigos. Muitos muçulmanos optam por pagar o valor do animal a instituições beneficentes que distribuem refeições a comunidades carentes.
Por fim, Filipe Nyusi desejou a todos “os irmãos muçulmanos os votos de boas festas, junto de suas famílias, amigos e irmãos de fé”, após exortar a Comunidade Muçulmana “a continuar a ser o agente do desenvolvimento socioeconómico e concórdia que queremos no país e no mundo”.
(AIM)
JSA