Por: Damião Tape, da AIM, em Mapulanguene
O Presidente da Republica de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, inaugurou, Quinta-feira (11/05), a Central Fotovoltaica de Mapulanguene, no posto administrativo com o mesmo nome, distrito de Magude, a norte da província de Maputo, uma infra-estrutura inserida no Programa Nacional de Energia para Todos (PROENERGIA), que visa garantir o acesso a este recurso a mais cidadãos.

Trata-se de um empreendimento de geração de energia solar orçada em pouco mais de 79 milhões de meticais (cerca de 1,2 milhão de dólares), desembolsados pelo Orçamento do Estado, através do Fundo de Energia (FUNAE). A Central tem a capacidade de produzir anualmente 189 MWh e armazenar até 600 KWh.
Numa primeira fase, a Central Fotovoltaica, que cobre uma área com uma extensão de cerca de sete quilómetros, vai fornecer energia a um total de 209 consumidores na sede do posto administrativo, incluindo serviços sociais e económicos. A Central fotovoltaica está ligada a 141 candeeiros de iluminação pública, dos quais 81 conectados à rede e 60 de autonomia solar.
A Central de Mapulanguene, de modelo contentorizado, constitui uma nova abordagem, adoptada pelo FUNAE que visa a acelerar a concretização dos compromissos assumidos no quadro do PROENERGIA, para garantir o Acesso Universal à Energia até 2030.
Discursando durante o evento, o Presidente da República elogiou o modelo adoptado pelo FUNAE, considerando ser o mais adequado, rápido e uma mais-valia “à nossa ambicionada meta, no quadro de transição energética”.
“Acreditamos que este ano, este novo paradigma do FUNAE, constitua por si só um alicerce que vai conferir maior sustentabilidade aos programas que o governo está a levar à cabo no sector de energia em todo o território nacional”, disse Nyusi.
“Disse que em 2024, quero todos os postos administrativos [do país] iluminados”, desafiou, acrescentando urge encontrar uma maneira de acelerar o processo de electrificação. Segundo Nyusi, de 2020 a esta parte, já foram electrificados 50 postos administrativos, sendo 40 através da Rede Nacional de Energia (REN) e 10 por meio de fontes fora da rede.
Por isso, encorajou o FUNAE para continuar com o modelo que acaba de adoptar, para a expansão rápida do acesso à energia. O estadista moçambicano disse acreditar que a central fotovoltaica de Mapulanguene vai contribuir para o aumento da renda das famílias e, por conseguinte, a qualidade de vida dos beneficiários, através das oportunidades que se abrem.
Explicou que o objectivo central do projecto é impulsionar novas oportunidades para as actividades produtivas nos domínios de agricultura, indústria, pesca, incluindo aquacultura, pecuária, entre outras. Actualmente, o FUNAE possui, em todo o território nacional, mais de 70 sistemas fotovoltaicos que estão a beneficiar 580 escolas, 560 centros de saúde, 74 edifícios dos postos administrativos assim como vários empreendimentos económicos que, por sua vez, estão a alavancar a economia local.
PARA NYUSI A PRIORIDADE DO GOVERNO CONTINUA A SER ACESSO À ENERGIA
O Presidente da República, Filipe Nyusi, reiterou Quinta-feira (11/05) que a prioridade do governo moçambicano, no sector energético, continua a ser a expansão do acesso à energia a todo o país, como factor impulsionador do desenvolvimento socioeconómico.

O Chefe de Estado falava no posto administrativo de Mapulanguene, distrito de Magude, norte da província de Maputo, onde inaugurou uma Central Fotovoltaica, no quadro do Programa Nacional de Energia para Todos (PRONAE). “Reiteramos que é prioridade do meu governo a contínua expansão do acesso à energia eléctrica em todo o país, a par da edificação de infra-estruturas de transporte, irrigação e abastecimento de água, assim como a saúde e a educação”, disse.
Neste contexto, Nyusi apontou como primeira aposta o aumento da capacidade de oferta com a geração de 600 MW de energia, no actual quinquénio de sua governação que termina em finais de 2024. “Este exercício visa a sincronização sistematizada da capacidade de geração com recurso a fontes diversificadas, e com a evolução das necessidades de consumo, traduzido pelos processos de industrialização e dos índices de urbanização em diversos pontos do país, garantindo assim, um balanço energético sustentável”, sustentou.
Para alcançar melhor qualidade, fiabilidade e redundância no fornecimento de energia eléctrica, segundo Nyusi, a acção estratégica consiste na construção das linhas de transporte de energia eléctrica. Neste âmbito, ressaltou os trabalhos em progresso da linha Chimuara-Alto Molócué, na província da Zambézia, após entrada em funcionamento, em 2022, a linha que liga Chibabava (Sofala) e Vilanculos (Inhambane), sendo que a terceira fase pretende alcançar a cidade portuária de Nacala (Nampula).
Outra prioridade destacada pelo Presidente da República tem de ver com a reafirmação de Moçambique como pólo energético na região austral de África, e que, “no momento corrente, envolve a construção das linhas de transmissão com o Malawi, a par das linhas já existentes com relação a outros países da SADC”.
“Este posicionamento estratégico deverá ser potenciado do lado da geração, tanto pelo hidroeléctrico de M’panda Nkuwa, ora em estudo, assim como, a médio prazo, pela monetização do gás alocado ao mercado doméstico durante a fase de produção dos projectos de LNG, associados aos empreendimentos da Bacia do Rovuma a serem desenvolvidos em terra”, explicou.
Sublinhou que “é neste quadro que, de uma forma progressiva, almejamos concretizar o Acesso Universal à Energia”, que se prolonga até 2030. Revelou que, em 2022, foram realizadas, em todo o país, 470.889 novas ligações eléctricas domésticas, sendo 356.266 por meio dos sistemas autónomos, o que permitiu que a taxa de acesso à energia passasse de 41 por cento, em 2021, para 48 por cento, em 2022. “A acção do meu governo beneficiou, até ao fim de 2022, acima de 425 mil famílias, o que constitui um marco histórico”, disse.
A Central Fotovoltaica de Mapulanguene, hoje inaugurada, custou, ao Estado moçambicano, mais de 79 milhões de meticais (1,2 milhões de dólares).
(AIM)
DT/JSA