Moçambique/Nampula: Aumentam Casos de Malária na Província

Por: Rosa Inguane, da AIM, em Nampula

O Secretário de Estado da província nortenha moçambicana de Nampula, Jaime Neto, disse este Sábado (29/04), em Monapo, que os casos de malária mostram uma tendência de aumento, na Província.

Jaime Neto, Secretario de Estado de Nampula

Para Jaime Neto, os distritos de Eráti, Mecubúri, Moma, Nacala-a-Velha, Nacala e Nampula estão no centro das preocupações das autoridades sanitárias. O governante revelou que nas contas da Saúde, em Nampula, a malária é a primeira causa das consultas externas onde contribui com 31 por cento, no internamento.

“Até o final do primeiro trimestre do ano em curso, notou-se um aumento de casos de 661.609 em 2022 para 784.043 em 2023, o que corresponde a uma subida de 18 por cento. Felizmente continuamos a reduzir o número de óbitos pela mesma doença, saindo de 13 para 6 do ano em curso, o que corresponde a uma redução de 53 por cento”, detalhou o governante.

A fonte fez uma descrição sociológica do comportamento da malária na província de Nampula que, aliás, pertence ao grupo das seis mais afectadas em Moçambique com um peso de 21 por cento em 2022.

“O Inquérito de Indicadores de Malária (IIM 2018) indica que a prevalência da malária em crianças menores de cinco anos na província reduziu de 66 por cento, em 2015, para 47,5 em 2018; não obstante, continue representando um grande desafio para a saúde pública, daí a necessidade de revitalizar e repensar as nossas acções rumo à eliminação desta doença”, disse.

Jaime Neto asseverou que, para o governo, a malária representa um fardo no sistema de saúde porque fundos públicos são alocados para custear as despesas em recursos humanos, nas unidades sanitárias, aquisição e logística de medicamentos e outros produtos, distribuição de redes mosquiteiras e custos de pulverização intra-domiciliária.

Num outro desenvolvimento, Neto descreveu que “a produção global e o crescimento económico da província são também afectados pelo absentismo dos trabalhadores e pela diminuição da produtividade. Em suma, a malária não só afecta negativamente as pessoas, famílias e comunidades, também retarda o desenvolvimento da província”.

Por estes motivos, Neto entende ser imperioso que todos os intervenientes relevantes na luta contra a malária sejam mais criativos na resposta e fez alusão aos custos que esta doença acarreta.

Segundo Neto, “cada rede mosquiteira, que é distribuída na comunidade, custa 210,00 meticais. Devemos tomar em consideração esta distribuição que o Governo faz, utilizando correctamente as redes mosquiteiras para que possam contribuir para a redução da malária. Não queremos ver a rede a ser utilizada na pesca, a cobrir plantas, celeiros, carvão entre outras medidas incorrectas. Se compararmos os custos de tratamento, em média 420 meticais, vemos claramente que ao adoptarmos as medidas de prevenção, poupamos em relação ao tratamento”.

Desde 2007, depois da 60ª Assembleia Mundial da Saúde, foi estabelecido que 25 de Abril seria Dia Mundial de Luta Contra Malária. A decisão de se consagrar a data resulta do facto de se ter constatado que esta doença tem efeitos devastadores não só no continente africano bem como reconhecer o esforço local e global para o controlo efectivo da malária.

A celebração desta data visa reforçar as acções em curso para a prevenção e combate a malária, bem como aumentar o conhecimento sobre as medidas de prevenção desta doença.

A efeméride celebra este ano o seu 21º aniversário sob o lema ‘Zero Malária-tempo de investir, inovar e implementar’.

(AIM)
RI/JSA