Moçambique/DDR: Nyusi Adverte Contra Propagação de Rumores que Podem Comprometer Prazos

O Presidente da República Moçambique, Filipe Nyusi, adverte contra a propagação de rumores sobre o processo de Desmilitarização, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos homens armados da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, como forma de evitar comprometer os prazos estabelecidos.   

Segundo Nyusi, o processo será mais credível se acelerar a execução para a sua conclusão definitiva. O Presidente falava em conferência de imprensa, minutos após um tête-à-tête com o seu homólogo da Confederação Suíça, Alain Berset, que hoje iniciou uma visita oficial de três dias à Moçambique.  

Se o DDR encerar agora, disse Nyusi, “as pessoas irão ver que este é um povo sério, comprometido, mas quando houver rumores pode ser difícil o povo [acreditar]. Contudo, a abertura e confiança existe entre as duas partes está a ajudar bastante”.  

As duas partes, Nyusi refere-se ao governo e a Renamo, facilitadas pelo diplomata suíço Mirko Manzoni, enviado pessoal do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. Durante a conferência, Nyusi fez saber que no âmbito do DDR, 15 das 16 bases da Renamo já se encontram totalmente encerradas.

Refira-se que o secretário-geral das Nações Unidas Manzoni para facilitar o diálogo entre o governo de Moçambique e a Renamo, tendo como objectivo uma solução pacífica e definitiva para o diferendo entre as partes. Por isso, Nyusi afirmou que as partes devem evitar fazer declarações que manifestem suas vontades “sem criar bases para tornar tal vontade em realidade”.                              

O Chefe do Estado reiterou que o maior entrave no DDR é a fixação da pensão de sobrevivência para os exguerrilheiros da Renamo. “Há um esforço colectivo e vontade do governo de tornar o processo de reinserção ou reintegração sustentável”, disse.

Actualmente, de acordo com o estadista moçambicano, o governo e parceiros estão a estudar formas mais sustentáveis de pagar as pensões aos ex-guerrilheiros da Renamo. “Normalmente, pensão recebe quem descontou durante o seu percurso de trabalho; e esse não é o caso, mas é interesse colectivo do governo e da Renamo para que essas pessoas tenham a pensão para poder sobreviver”, vincou. Nyusi disse, sem entrar em detalhes, que Berset sugeriu “algumas ideias”, para ultrapassar o problema. “Já sabemos quais os valores envolvidos para serem uma base mensal, anual [para os ex-guerrilheiros], e a expectativa é maior”, acrescentou.

A visita do Presidente suíço ao país surge em resposta ao convite formulado pelo Chefe do Estado moçambicano e serve para aprofundar as relações de amizade e cooperação entre os dois povos e países, bem como perspectivar acções futuras os laços entre ambos os países.   

A visita constituirá, igualmente, uma oportunidade para os governantes de ambos países abordarem a implementação do DDR, o combate ao terrorismo e as mudanças climáticas. Esta é a primeira visita que um Presidente da Confederação Suíça efectua à Moçambique, desde que se tornou independente, a 25 de Junho de 1975.                                                                                                   (AIM)                                                                                                                                                                          JSA