Património da Correios de Moçambique Avaliado em Dois Mil Milhões de Meticais

A Correios de Moçambique, Empresa Pública, identificou em todo o território nacional um total de 127 imóveis sob sua jurisdição avaliados em cerca de dois mil milhões de meticais (cerca de 31,34 milhões de dólares), no mercado.

Uma avaliação contabilística, a Correios calcula que o mesmo número de imóveis seja de cerca de 1,1 mil milhões de meticais. Os dados foram avançados Quarta-feira (04/05), em Maputo, pelo presidente da Comissão Liquidatária da Correios de Moçambique, Raimundo Matule, em conferência de imprensa sobre os contornos do processo da extinção daquela empresa.

Raimundo Matule Porta voz do encontro

Matule explica que o valor apurado pela Comissão poderá não constituir a realidade devido ao actual mercado em que a Correios está inserida. “O valor do mercado a gente só vai saber quando abrirmos o concurso, quando os que pretendem adquirir os imóveis das Correios apresentarem as suas propostas; o preço do mercado é aquele preço que quem vende aceita-o mas, acima de tudo, quem compra aceita pagar”, disse.

Acrescentou que o verdadeiro valor do mercado apenas será apurado após a abertura das propostas do concurso. Uma parte dos imóveis da Correios serão entregues a instituições públicas a nível nacional, e a outra para a venda. “Neste momento ainda não temos a decisão final sobre quais os imóveis vão para instituições públicas e quais é que vão para a venda; o que posso sublinhar é que essa decisão não compete a Comissão Liquidatária, compete ao governo”, explicou a fonte.

Frisou que os imóveis serão vendidos por via de um concurso público. A venda do património da Correios de Moçambique deverá servir para amortecer as dívidas contraídas pela instituição, sendo que aos credores está calculada em cerca de 854,9 milhões de meticais. E, dos 854.9 milhões de meticais, cerca de 20 milhões de meticais é a dívida que a Correios tem para com os seus trabalhadores a nível nacional.

A instituição deve cerca de 67 milhões de meticais a Previdência Social e a Impostos sobre Rendimento de Pessoas Singulares (IRPS) Além das dívidas fiscais, Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) bem como Rendimento de Pessoas Colectivas (IRPC) na ordem de 88,5 milhões de meticais, a Correios tem uma dívida junto as instituições bancárias do país estimadas em cerca de 121 milhões de meticais.

Enquanto a África discute o futuro dos Correios, em Moçambique a Frelimo  está a matar os Correios para retalhar seu património e colocá-lo nas mãos  duns poucos

 “Tem uma lista enorme de credores ordinários, portanto, fornecedores de bens e serviços, com dívida de 345,5 milhões de meticais”, sublinhou Matule, apontando também a dívidas que a empresa contraiu junto aos credores internacionais, sobretudo aos correios dos outros países do mundo inteiro calculadas em 4,4 milhões de meticais.

A Correios de Moçambique contraiu também uma dívida na ordem de 14,4 milhões de meticais junto as companhias aéreas internacionais. “Aqui estamos a falar de transporte, encomendas, para o país”, disse. A instituição tem uma dívida a receber calculada em cerca de 274,3 milhões de meticais. Do total, cerca de 202 milhões de meticais correspondem a dívidas de arrendamento do espaço.

“Arrendamos os [nossos] imóveis a nível nacional e, por vicissitudes diversas, muitos arrendatários estão em dívida para com a Correios”, disse Matule, acrescentando que a empresa tem a receber das suas congéneres internacionais cerca de 40 milhões de meticais, por sua vez deve cerca de quatro milhões de meticais aos correios internacionais.

Matule revelou que há mais de sete anos que a Correios está falida, sendo que a partir de Junho de 2019, já não conseguia pagar os salários aos seus cerca de 580 trabalhadores. Para melhor elucidar explicou que a empresa factura apenas sete milhões de meticais mas só em salários para os seus trabalhadores gasta mais de 15 milhões.

(AIM)

Telinforma/JSA