O Presidente da República de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, apelou hoje aos antigos combatentes e aos moçambicanos, em geral, a serem campeões de luta contra a malária.

Nyusi falava na abertura da Conferência Nacional da Associação dos Antigos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACCLIM), uma organização que congrega os combatentes que em 1964 iniciaram a luta de libertação nacional e que dez anos depois culminou com a independência de Moçambique, em 1975, do jugo colonial português.
‘’Devemos tentar eliminar os charcos. Usar bem as redes mosquiteiras’’, disse Nyusi no início do seu discurso de abertura do evento, acrescentando de seguida que ‘’queremos aproveitar este espaço para pedir a todos para tentarmos ser campeões de luta contra a malária’’.
Hoje, celebra-se o Dia Mundial da Malária, uma comemoração internacional assinalada todos os anos no dia 25 de Abril, reconhecendo os esforços globais para controlar a malária.
Para o Chefe do Crescimento Global na Vestergaard, Patrick Sieyes, uma fabricante de redes mosquiteiras PermaNet , que com a Goodbye Malaria, uma organização africana dedicada ao combate à Malária na África Austral, e que se associaram ao Ministério da Saúde (MISAU) de Moçambique para assinalar, nesta segunda-feira, o Dia Mundial da Luta Contra a Malária, ‘’o sector privado pode contribuir para um acesso mais equitativo à profilaxia da malária e para uma cadeia de abastecimento mais resiliente através de colaborações estratégicas de abastecimento a longo prazo a instituições-chave e apoio a programas nacionais de luta contra a malária’’.
“Apelamos a uma abordagem de parceria no planeamento, aquisição e distribuição de produtos de base na profilaxia contra a malária numa abordagem que aproveite o conjunto completo de capacidades do sector privado’, exortou. Segundo Sieyes, “o Dia Mundial da Malária é um grande momento para reconhecer os progressos alcançados na luta diária contra esta doença, bem como um momento para identificar lacunas e estabelecer novos objectivos’’.
Num outro desenvolvimento, Sieyess assegurou que ‘’como parceiro importante do sector privado na comunidade da Malária, estamos profissionalmente dedicados à luta para acabar com a doença com novas inovações e soluções eficazes e duradouras. Apoiamos os objectivos de reabastecimento do Fundo Global para angariar 18 mil milhões de dólares para salvar 20 milhões de vidas”.
Por seu turno, Co-Fundador e CEO, Goodbye Malaria, Sherwin Charles, reconheceu os progressos consideráveis na eliminação da malária através de parcerias inovadoras e colaboração transfronteiriça entre os governos de Moçambique, África do Sul e Eswatini, Segundo a fonte, as parcerias público-privadas fomentam a aceleração das intervenções e inovações, incluindo a entrega orientada de novas intervenções contra a malária, a melhoria das cadeias de abastecimento, o reforço da vigilância e da capacidade laboratorial.

“Permitem ainda a ampliação orientada dos instrumentos existentes e novos, tais como a nova vacina contra a malária (RTS,S). Estamos confiantes de que podemos pôr fim ao flagelo da malária e libertar recursos valiosos para serem afectados a outras questões de saúde pública. Como a malária não conhece fronteiras, a única forma de combater esta doença é em conjunto’, defendeu Charles.
A malária é endémica em Moçambique. De acordo com o Relatório Mundial sobre a Malária 2021, Moçambique está entre os seis países que foram responsáveis por mais de metade de todos os casos de malária e mortes a nível mundial (quatro por cento dos casos e mortes a nível mundial). O país tem também a segunda maior prevalência de malária na África Oriental e Austral (17,2 por cento).
‘’Moçambique deve ser aplaudido pelos progressos significativos feitos na prevenção da malária na última década’’, disse Patrick Sieyes, para quem “esta implementação de intervenções que salvam vidas, tais como mosquiteiros e tratamento preventivo para mulheres grávidas, contribuiu para uma redução de 2por cento nas admissões hospitalares de malária relatadas nos últimos cinco anos”.
‘’Além disso, com o país a apoiar parcerias e fóruns liderados pelo sector privado, continuaremos a liderar esforços de colaboração, reunindo líderes moçambicanos a todos os níveis para estabelecer um processo inclusivo de tomada de decisão e assegurar um comprometimento nacional para a utilização de mosquiteiros”, concluiu.
No âmbito do Dia Mundial da Luta Contra a Malária, os parceiros irão organizar uma sessão plenária, em Maputo, um evento que deverá proporcionar uma plataforma para renovar o poder das parcerias na luta contra a malária, bem como a oportunidade de envolver o sector privado Moçambicano, num compromisso para manter a malária no topo da agenda Nacional. Os participantes serão representantes do Ministério da Saúde de Moçambique, parceiros de desenvolvimento e líderes do sector privado, que se comprometerão a apoiar a eliminação da malária.
(AIM)
Tel/JSA/RM/TVM