Moçambique/Nampula: Morte e Destruição no Rescaldo da Passagem do Ciclone

Um total de 53 óbitos confirmados e mais de 75 mil casas destruídas é o balanço nesta sexta-feira, pelo Comité Operativo de Emergência, (COE), sete dias após a passagem do ciclone Gombe pela província de Nampula.

O delegado do Instituto Nacional de Gestão do Risco de Desastres, (INGD), em Nampula, Alberto Armando, afirmou que o número de afectados está em constante progressão e, que, neste momento, as autoridades estão preocupados não só em prestar assistência, mas também arranjar soluções para desocupar as escolas onde há pessoas abrigadas  temporariamente.

“Estamos à procurara alternativas pontuais para a desocupação de escolas para permitir a retoma das aulas. Foram partilhadas algumas experiencias, como por exemplo, a situação similar vivida na província de Sofala, quando da passagem do ciclone Idai e as soluções encontradas, então estamos a colher essas lições aprendidas para ajustarmos a nossa realidade actual”, destacou.

Nesta perspectiva, segundo Alberto Armando, equaciona-se a possibilidade do uso de kits de abrigo temporário para serem distribuídas as famílias que estão em centros de trânsito a fim de que possam regressar aos seus pontos de origem.

“Lembramos que a maior parte das pessoas sinistradas residem em zonas altas, foram afectadas pelo ciclone que  trouxe ventos fortes e chuvas intensas que culminaram com com o desabamento das suas casas”, explicou.

Segundo dados partilhados pelo delegado do INGD, neste momento, 11,553 pessoas estão abrigadas em 33 centros de trânsito nos distritos de Monapo, Meconta, (Namialo), Ilha de Moçambique e Mogincual.

“Está a ser prestada assistência pontual as pessoas que estão nesses centros nas componentes de agua, saúde, alimentos e saneamento. Também estamos a olhar para aquelas outras que não estão em centros, mas em alguns pontos críticos, como é o caso do posto administrativo de Lunga, no distrito de Mossuril, onde o único acesso existente agora é via marítima”, anotou.

No domínio agrícola as autoridadesdos distritos de Monapo, Rapale e Mogovolas estimam a perda de 29.556 hectares de culturas diversas que foram alagadas, arrastadas e acamadas.

São pelo menos, 10.798hectares de milho, 187 de mapira, 298 de arroz, 12.675 de mandioca, 2.099de gergelim e 1.420 de amendoim.

Tombaram 98.797cajueiros, 2.860mangueiras e 750 hectares de bananeiras.

Os criadores de animais lamentaram a perda de oito cabeças de gado bovino, quatro cabritos, 11 porcos, 4.500 frangos, uma tonelada de carnes estragadas, dois aviários destruídos e igual número de currais.

Por seu turno os pescadores de diferentes distritos relataram a destruição de 113 embarcações, cinco represas rompidas enquanto 13 extensionistas ficaram sem as suas respectivas residências.

Entretanto, para o período de 19 a 24 de Março, o Instituto Nacional de Meteorologia, (INAM), prevê para Nampula, a continuação de ocorrência de chuvas fracas a moderadas, localmente fortes, acompanhadas de trovoadas e ventos fracos, podendo soprar por vezes com rajadas moderadas. A precipitação acumulada poderá estar entre 50 a 200 milímetros no período em análise.

Por isso, a província de Nampula está sob influência de um sistema de baixas pressões, associada principalmente, a Zona de Convergência Inter-Tropical, caracterizada por chuvas e trovoadas.

Contudo, o INAM confirma que continua a monitorar as condições atmosféricas e do mar principalmente no Canal de Moçambique.

(AIM)

RI/JSA

sagem do Ciclone Gombe