O Governo moçambicano mantém boas perspectivas para o desempenho da actividade económica durante o presente ano. Segundo o Primeiro-Ministro, Adriano Maleiane, concorrem para o efeito o impacto positivo do alívio das restrições de contenção da pandemia da Covid-19 e os investimentos em curso nos sectores estruturantes da economia.
“Mantemos boas perspectivas para o desempenho da actividade económica do nosso país para 2022, tendo em conta o impacto positivo esperado com o alívio das medidas restritivas de contenção da pandemia da Covid-19 a nível doméstico e internacional, e os investimentos em curso nos sectores estruturantes da nossa economia, incluindo o início da exploração do gás natural na bacia do Rovuma”, explicou Maleiane.
Discursando nesta quarta-feira (09) na Assembleia da Republica (AR), o parlamento moçambicano, no primeiro dia da sessão de informações do governo, Maleiane indicou que a tendência de “boas perspectivas” começou a desenhar-se em 2021, com a prevalência, no país, de um ambiente de estabilidade política caracterizado pelo funcionamento normal das instituições do Estado, não obstante os desafios impostos no combate ao terrorismo.
No seu primeiro discurso na AR, na qualidade de Primeiro-Ministro, Maleiane explicou também que o alívio contínuo das medidas restritivas de prevenção e combate à pandemia da Covid-19, aliado ao progresso na campanha de vacinação, bem como à melhoria da procura interna e externa, impulsionou a recuperação da actividade económica do país.
O governante referiu que foi neste contexto que Moçambique registou, em 2021, um crescimento económico de 2,16% contra uma desaceleração económica de 1,3% em 2020 que, mesmo assim, superou a média de 2,6% registada na África Subsaariana. Contribuíram para este crescimento económico, segundo Maleiane, a dinâmica e o desempenho positivo dos sectores da agricultura, pescas, serviços financeiros, comércio, saúde e acção social, educação e administração pública, de entre outros factores.
Por seu turno, a inflação média anual, em 2021, manteve-se em um dígito, tendo-se situado em 5,7% abaixo dos 7,9% registados na África Subsaariana. Retomando as boas perspectivas de crescimento económico, o Primeiro-Ministro ilustrou que até ao final do presente ano de 2022, o Executivo vai, no âmbito da expansão do acesso a energia, efectuar cerca de 500 mil ligações domiciliárias de energia através da rede nacional e de sistemas isolados, assim como a electrificação de mais 77 postos administrativos.
No âmbito do abastecimento de água, Maleiane mencionou a reabilitação e expansão de mais 15 sistemas nas cidades e vilas, 24 nas zonas rurais e fazer 23 mil ligações domiciliárias de água nas cidades e vilas. Na indústria, o governo diz que vão entrar em funcionamento duas fábricas de ração, uma na província da Zambézia e outra em Niassa; e, na indústria extractiva, iniciar a exploração do gás natural liquefeito na bacia do Rovuma e prosseguir com a construção da unidade de produção de gás de cozinha em Temane, na província de Inhambane.
Na saúde, deverá ser concluída a construção de cinco hospitais distritais, nomeadamente em Montepuez, província de Cabo Delgado; Sussundenga, em Manica; Búzi, em Sofala; Mopeia, na Zambézia; Matutuíne, na província de Maputo, bem como dois Hospitais Gerais, um na Beira e outro em Nampula.
Quanto a reforma e desenvolvimento da Administração Pública, Maleiane assegura a regulamentação e aplicação das Leis referentes a revisão do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado; Previdência Social Obrigatória dos Funcionários e Agentes do Estado; e de Definição de Regras e Critérios de Fixação de Remuneração na Administração Pública “ (Lei da Pirâmide Salarial) ”.
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(AIM)
MZ/JSA