Moçambique/Politica: Junta Militar da Renamo Polariza Intervenções na Abertura da Sessão Parlamentar

Por: Telinforma da AIM

As notícias sobre a reactivação da Auto-Proclamada Junta Militar da Renamo, na zona centro de Moçambique, polarizaram, Segunda-feira (28/02), os discursos das bancadas parlamentares na Assembleia da República (AR), na abertura solene da Assembleia da República, o Parlamento moçambicano.

MULIQUELA: “Vós sois nossos heróis”
Sérgio Pantie’, Chefe da Bancada Parlamentar da Frelimo

 “Com preocupação tomamos conhecimento de que a Junta Militar da Renamo nomeou um novo líder, sinal de que pretende continuar pelo caminho do saque, da matança, e da destruição de infra-estruturas importantes para o nosso desenvolvimento”, disse Sérgio Pantie, chefe da bancada parlamentar da Frelimo, partido do Frelimo, no poder em Moçambique.

Pantie apelou aos integrantes da Junta Militar da Renamo, bem como “à sua ala política para abandonarem o caminho do banditismo armado, seguindo o da paz”. “A nossa experiência mostra sempre que o povo está contra todos os que persistem pelo caminho da insurgência e banditismo armado, e clama que tenham um fim inglório”, sublinhou.

Pantie disse que constitui preocupação o terrorismo em Cabo Delgado, reiterando a saudação ao governo moçambicano, liderado pelo Presidente e Comandante-chefe das FDS [Forças de Defesa e Segurança], Filipe Nyusi, por ter autorizado a entrada de apoio militar da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral] e das Forcas de Defesa do Ruanda.

E m mensagem de encorajamento o chefe da bancada parlamentar do partido no poder disse “lado a lado, com as gloriosas Forças de Defesa e Segurança, combatam e destruam [o terrorismo], o inimigo comum das nações”. Disse que, os terroristas, nada mais fazem senão praticar barbaridades e semear medo e terror no seio da população.

RENAMO – Resistência Nacional Moçambicana - Início
Viana Magalhães, Chefe da Bancada Parlamentar da Renamo

Por sua vez, o Chefe da Bancada Parlamentar da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, Viana Magalhães, alertou contra o incumprimento do programa de Desmilitarização, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos guerrilheiros da Renamo e suas implicações para a paz.

Disse que as recentes declarações da Junta Militar da Renamo só podem prejudicar o país devido ao “incumprimento do DDR”.

Por seu turno, o chefe da bancada parlamentar do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), o segundo maior partido da oposição, Lutero Simango, disse que as últimas notícias sobre a possível reactivação da Junta Militar da Renamo e “os constrangimentos no processo de DDR constituem uma preocupação nacional que deve ser tratada de forma diferente e fora do habitual formato, por ser uma questão nacional que a sua materialização passa pelo erário público, os nossos impostos”.

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Lutero Simango, Chefe da Bancada Parmanentar do MDM

Afirmou que a insatisfação no processo do DDR deve ser discutida sem preconceitos, de forma inclusiva, envolvendo toda a sociedade. “Qualquer deslize deste processo terá um impacto negativo na vida e no dia-a-dia de uma parte significativa dos nossos concidadãos. A resolução de qualquer conflito sem resolver as causas é uma estratégia errada”, advertiu Simango.

Contudo, assegurou que “continuaremos a estar atentos, e de voz viva a apelar que temos a guerra no norte [Cabo Delgado-contra o terrorismo] para concentrar as nossas energias de forma a construirmos o futuro da juventude e das nossas crianças”.

As informações sobre a eleição de um novo líder da auto-proclamada Junta Militar da Renamo, um grupo dissidente deste partido, circulam desde este fim-de-semana, citando factos ocorridos nas matas de Gorongosa, província central de Sofala. O sucessor substitui o fundador, Mariano Nhongo, “morto em combate”, em Outubro de 2021, na província central de Sofala.

(AIM)

MZ/SG/JSA