O Presidente da Republica de Moçambique, Filipe Nyusi, inaugurou Sexta-feira (11/02) quatro locomotivas e um total de 150 vagões para o reforço da capacidade de transporte ferroviário no Corredor da Beira, centro do País.

O evento, que teve lugar na cidade da Beira, capital provincial de Sofala, contou com a presença do Presidente da Republica do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa.
O equipamento hoje inaugurado é fruto de um memorando de entendimento assinado em 2018, entre os governos de Moçambique e da Índia, e visa a viabilização do financiamento de cerca de 95 milhões de dólares americanos para a aquisição de seis locomotivas, 90 carruagens e 300 vagões. [Veja em video os principais momentos da cerimonia: https://www.facebook.com/NyusiConfioemti/videos/319830586855031]
“Entregamos hoje quatro locomotivas e 150 vagões, devendo o restante equipamento constituído por mais duas locomotivas e 90 carruagens chegar ao país ainda neste trimestre”, disse Nyusi.

Anunciou que outros 150 vagões destinados ao sistema ferroviário sul já se encontram no Porto de Maputo, capital moçambicana.
Explicou que o governo decidiu incluir 90 carruagens como reconhecimento da necessidade de revitalização do transporte ferroviário de passageiros para atender as preocupações da população.
As novas carruagens vão aumentar a frequência das carreiras, bem como reduzir os troços onde a demanda se mostra maior que a oferta, contribuindo, deste modo, para a melhoria da circulação de pessoas nas zonas urbanas, suburbanas e rurais.
Segundo Nyusi, 30, das 90 carruagens, serão transformadas em cinco composições de automotoras de seis carruagens cada, que serão alocadas para o transporte de passageiros na zona metropolitana de Maputo, onde a demanda de transporte público urbano é elevada.
O estadista moçambicano afirmou que o investimento também é parte integrante de um plano que visa responder a demanda, no que tange ao aumento da carga manuseada nas infra-estruturas de transporte, de 48 milhões de toneladas registadas em 2019, para 83 milhões de toneladas previstas até ao ano de 2024.
Moçambique continuará a ser um parceiro e uma aposta segura e viável para o desenvolvimento sócio económico do Zimbabwe, através da colocação das suas infra-estruturas rodoviárias e aeroportuárias ao serviço da economia zimbabweana.
O testemunho disso são investimentos realizados por Moçambique para a melhoria da qualidade das infra-estruturas e dos serviços nos portos, ferrovias e estradas nacionais.

Nyusi frisou que Moçambique deve preparar-se para responder com eficácia e eficiência, na sua qualidade de porta de entrada e saída para os países do interior, nomeadamente Zimbabwe, Malawi, parte da África do Sul, e Zâmbia, com possibilidade de se estender para a República Democrática do Congo.
Apesar da conjuntura adversa em razão da pandemia global devido a Covid-19, o governo está a implementar um plano de apetrechamento e modernização das infra-estruturas ferro-portuárias, sendo de destacar no Sistema Sul, a melhoria e reabilitação das linhas férreas de Ressano Garcia (província de Maputo) e de Limpopo (província de Gaza).
No Corredor de Maputo destaca-se a reabilitação e aumento da capacidade na linha férrea de Machipanda, assim como a reabilitação do ramal Dona Ana – Vila Nova de Fronteira, no Corredor da Beira e, no sistema norte a ampliação do porto de Nacala no Corredor com o mesmo nome que se espera ser um dos portos mais modernos de África.
Já Mnangagwa reconheceu que o novo material rolante vai beneficiar os países da região e facilitar o acesso ao mar para os países do interior como o Zimbabwe, Botswana, Zâmbia, República Democrática do Congo, entre outros.
Anunciou a oferta de um donativo de 1.000 toneladas de milho do povo zimbabweano para as vítimas dos ataques terroristas na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
“Tenho conhecimento que uma parte chegou na manhã de hoje [sexta-feira] e o resto vem mais tarde”, disse.
(AIM)
SG/MZ/JSA