Por: Felisberto Firmino, da AIM
O antigo Presidente da República de Moçambique, Armando Guebuza, será o último declarante a ser ouvido pelo tribunal, no quadro do julgamento do caso “dívidas ocultas” do país que decorre desde Agosto na tenda da Penitenciária de Máxima Segurança, BO, na província meridional de Maputo, escreve o “Notícias”, citando fonte da Sexta Secção do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo.

Esta indicação contraria informações veiculadas nos últimos dias pela imprensa nacional e internacional, dando conta da retirada do nome do antigo Chefe do Estado da lista de declarantes na nova calendarização apresentada esta semana pelo tribunal.
Na lista de audições, segundo fonte deste órgão, apenas foram realinhadas as audições previstas para até 14 de Dezembro, sem contar os declarantes com ligações à ré Ângela Leão, cujo problema de saúde em plena sessão forçou à interrupção do julgamento para a segunda quinzena do mês e à reformulação do calendário.

Assim, segundo refere a fonte, só depois de ouvidos todos, Armando Emilio Guebuza irá fechar o ciclo das audições aos declarantes. De referir que Guebuza era o Chefe de Estado, no nomento em que foram contratidas as ”dividas ocultas” e o actual Chefe de Estado, Filipe Jacinto Nysusi, era Ministro da Defesa Nacional.
O Ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, e o ex-administrador do Banco de Moçambique, Waldemar de Sousa, serão ouvidos no próximo dia 14 de Dezembro.
A audição da antiga directora Nacional do Tesouro, Isaltina Lucas, está agendada para 7 de Janeiro, no mesmo dia em que será ouvido Nuno Mucavel, para no dia 9 ser a vez de Víctor Borges, antigo ministro das Pescas, e do declarante Filipe Silvestre.
O dia 10 está reservado ao antigo ministro do Interior, Alberto Mondlane, e Alexandre Chivale, ex-advogado dos co-réus António Carlos do Rosário, Inês Moiane e Elias Moiane, suspeito de branqueamento de capitais.
O julgamento do caso começou a 23 de Agosto e envolve 19 arguidos, suspeitos de terem delapidado o Estado moçambicano em mais de 2,2 mil milhões de dólares norte-americanos, angariados em 2013 e 2014 junto de bancos internacionais Credit Suisse e VTB, da Rússia, sem a autorização do Parlamento.
Entre os arguidos estão altas individualidades do país, incluindo Armando Ndambi Guebuza, filho mais velho de Armando Guebuza, o ex-director-geral do Serviço de Informações e Segurança do Estado (SISE), Gregório Leão e sua esposa.
O tribunal arrolou mais de 60 declarantes.
(AIM)
FF/JSA