O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, participou Terca-feira (23/11), em Pombeya, uma regiao Malawiana, no lançamento do Projecto de Interconexão Eléctrica Moçambique-Malawi. O lancamento Projecto enquadra-se no quadro de uma visita de Estado de três dias, que efectua ao Pais vizinho desde Segunda-feira (12/11).
O projecto de interconexão eléctrica entre Moçambique e Malawi, que se materializa desde 2020, teve início com consultores envolvidos no estudo de Avaliação de Impacto Ambiental e Social (ESIA) para determinar a melhor rota das linhas de transmissão.
As empresas de Electricidade de Moçambique (EDM) e do Malawi (ESCOM) contrataram a WSP do Canadá e os Consultores de Água, Resíduos e Ambiente (WWEC) para realizar a avaliação do impacto ambiental e preparar a Política de Reassentamento (FPR) até Junho de 2017.
Os consultores realizaram intercâmbios e reuniões com as partes interessadas e com as organizações e comunidades envolvidas no projecto, principalmente nos distritos malawianos de Neno, Balaka e Mwanza, para identificar os efeitos positivos e negativos sobre o ambiente e as comunidades, bem como as medidas necessárias para mitigar os impactos negativos e maximizar os positivos.
O estudo de Avaliação do Impacto Ambiental e Social apresentou um roteiro sustentável para a implementação do projecto de interconexão eléctrica. No que toca ao reassentamento, a avaliação identificou as residências e os bens que seriam movimentados.
O Projecto de Interligação entre Moçambique e Malawi envolve a construção de uma linha de transmissão de energia eléctrica de 400 kV de 210 km, desde a Subestação de Matambo, em Tete, até Phombeya, em Balaka.
A interconexão é vista como solução para os actuais desafios do Malawi em relação a energia eléctrica, através do fomento e desenvolvimento de novas fontes e abertura do mercado a potenciais investidores. Actualmente, Malawi apenas gera 351 megawatts de energia que abastecem cerca de dez por cento dos malawianos.
Durante a cerimonia de lançamento, Nyusi apelou aos malawianos para acarinharem o projecto de interconexão elétrica entre Moçambique e aquele país vizinho, facilitando a sua implementação.

“Gostaria de apelar ao povo do Malawi, porque projectos como estes precisam de ser acarinhados. Normalmente, a construção da linha de energia faz-se andando a pé. Jovens moçambicanos e jovens malawianos vão andar a pé a partir de Matambo (em Moçambique) até Phombeya (no Malawi). Vão passar por locais onde cruzarão com muita população, precisam de carinho”, disse.
Afirmou ter ficado satisfeito por saber que o governo do Malawi desembolsou cerca de 3,5 milhões de dólares norte-americanos para o programa de reassentamento. “Esperamos que a população, aquela reassentada, compreenda e facilite o projecto muito rapidamente”.
Nyusi recordou que muitos projectos desta natureza acabam encalhando porque a população afectada pelo traçado da linha não facilita.
Observou que o projecto vai empregar jovens, alguns de forma definitiva e outros sazonais, “mas é importante também saber que o ganho deste projecto é que a energia não tem cor política.”
Explicou que a energia resultante deste projecto vai iluminar vilas, casas, escolas, unidades sanitárias e fazer funcionar fábricas que beneficiarão a todos.
Segundo o Presidente moçambicano, a concretização deste projecto resulta da confiança mútua das lideranças dos dois países. “E essa confiança tem-nos ajudado a desenhar projectos colectivos e também podermos implementá-los”.

“Normalmente, para grandes projectos, a primeira coisa que se deve ter é a vontade. Os nossos povos têm vontade de ter energia, de ter boa vida. Mas a vontade só não é suficiente, é preciso ter visão, fazendo uma projecção de uma forma sustentável”, afirmou Nyusi, para quem a visão do Presidente (Lazarus) Chakwera está a permitir a implementação desses projecto.
Enalteceu as empresas públicas de electricidade dos dois países (ESKOM Malawi e EDM) pelo seu empenho na concretização do Projecto de Interconexão Eléctrica Moçambique-Malawi.
A eléctrica estatal do Malawi, Electricity Supply Corporation of Malawi ( ESKOM), a adjudicou os contratos para o Projecto de Interconexão Moçambique-Malawi ao grupo estatal chinês Sinohydro Corp. A empresa chinesa vai expandir a subestação eléctrica de Matambo, na província de Tete, no leste de Moçambique, disse Alex Kaitane, Gestor Sénior de Projecto da Escom, citado pelo Nyasa Times.
O projecto deverá estar completo em Outubro de 2023. A interconexão, envolvendo um investimento de US$127 milhões, vai inclui uma linha de transmissão com uma extensão de 218 quilómetros que irá permitir fornecer 50 megawatts à rede nacional do Malawi.
(AIM)
DT/SG/JSA