A Missão de Formação Militar da União Europeia em Moçambique (EUTM-Moçambique) lançada hoje, em Maputo, vai treinar e equipar 11 unidades de reacção rápida com capacidade para desempenhar todo o tipo de missões, incluindo combates de alta intensidade como é o caso terrorismo na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
Trata-se de cinco companhias de fuzileiros navais de Moçambique a serem treinadas no distrito municipal da Ka Tembe, cidade de Maputo e seis companhias de forças especiais de armas a serem treinadas em Chimoio, capital da província central de Manica, no Campo Militar do Dongo.
A formação também inclui cerca de 1.100 elementos e contará com 140 militares da União Europeia. Esta missão está orçada em cerca de 15,16 milhões de euros e inclui o fornecimento de equipamento não letal.
O facto foi anunciado, terça-feira, em Maputo, pelo comandante da EUTM-Moçambique, Lemos Pires, durante a cerimónia oficial do lançamento desta missão, cujo mandato é no mínimo dois anos.
“Vamos formar e equipar 11 unidades de reacção rápida capazes de desempenhar todo o tipo de missões o que quer dizer que vamos formar oficiais, sargentos e soldados da marinha e do exército e com controladores da Força Aérea. Vamos ter três ramos das forças das FADM que são autonomamente capazes de fazer forças de combate contra o terrorismo, mas também missões de apoio civil e militar’, explicou.
Acrescentou que após a formação, as forças das FADM estarão aptas para trabalhar junto das populações, ouvindo, protegendo e servindo as pessoas afectadas, garantindo desta forma a sua defesa.
‘Vamos caminhar juntos, ombro a ombro, dia a dia, suor a suor, esforço com esforço e cumprir na íntegra tudo aquilo com que nos comprometemos. Estamos juntos para treinar e equipar essas forças e assegurar a defesa das populações moçambicanas”, disse Pires.
Garantiu a formação vai decorrer com o mesmo rigor e padrão de exigência das forças de reacção rápida na Europa.
Afirmou que a União Europeia estará lado a lado com as tropas moçambicanas no manuseamento e manutenção dos equipamentos que serão entregues para que o valor da presença desta missão se estenda muito para além do fim da missão, dando as FADM a capacidade de planificar e empregar de forma exemplar as suas forças de reacção rápida por muitos anos.
Por sua vez, o embaixador da União Europeia em Moçambique António Sánchez referiu que o lançamento da missão é um sinal e expressão da parceria de longa data entre a organização que representa, seus estados membros e Moçambique.
‘É símbolo da nossa solidariedade e do nosso compromisso de continuar a apoiar e ajudar Moçambique especialmente no combate ao terrorismo e extremismo violento que já resultou em mais de 800 mil deslocados e três mil vítimas mortais, assim como na destruição significativa de meios de subsistência na província de Cabo Delgado, norte do país’, anotou.
(AIM)
amq/sg