Por: Damião Trape, da AIM
Moçambique vacinou, nos últimos nove meses, cerca de quatro milhões de pessoas contra a Covid-19, das quais 2,6 milhões estão completamente imunizadas, depois de completarem o número de doses recomendadas.
Assim, segundo o ministro da Saúde, Armindo Tiago, estas pessoas “já estão protegidas contra formas graves da doença e morte devido à Covid-19”.

O ministro falava em Lichinga, capital da província nortenha do Niassa, na abertura do 46º Conselho Coordenador Nacional de Saúde, que se realiza sob o lema: “Promovendo o Subsistema de Saúde Comunitária para o alcance da Cobertura Universal da Saúde.”
“Aproveitamos esta oportunidade para apelar a todos aqueles elegíveis para se fazerem aos postos de vacinação, para que também fiquem protegidos contra as formas mais graves da Covd-19”, exortou.
O governante também fez referência à actual melhoria da situação epidemiológica, advertindo que “não deve ser confundida com o fim da pandemia.”
“A maior parte dos pressupostos que determinaram a ocorrência das três vagas anteriores continuam válidos, havendo, por isso, o risco de uma eventual quarta vaga de alta transmissão”, alertou o ministro.
Assim, disse ser necessário continuar a implementar as medidas de prevenção e a preparar o Sistema de Saúde para a eventualidade de um aumento do número de casos e hospitalizações por Covid-19.
“Com base no aprendizado dos últimos 20 meses da pandemia, estão em curso várias acções de preparação do Serviço Nacional de Saúde para responder a eventuais vagas da pandemia da Covid-19, incluindo”, revelou.
Entre as acções, segundo Tiago, estão o aumento da capacidade de internamento para pacientes com Covid-19, com destaque para a cidade de Maputo, que tem sido o local geográfico mais afectado pela pandemia em Moçambique, o fortalecimento da capacidade de diagnóstico laboratorial e o reforço da capacidade de recursos humanos para responder à demanda em todas as províncias.
As acções referidas incluem a alocação de medicamentos, material médico-cirúrgico e equipamento de protecção individual, bem como a vacinação massiva contra a Covid-19 nas zonas urbanas e rurais em todo o país.
Para além da pandemia da Covid-19, o ministro aponta o terrorismo, e os seus efeitos nefastos na província de Cabo Delgado, como sendo outro desafio que testou a capacidade de intervenção dos profissionais de saúde a todos os níveis nos últimos anos.
“Este mal resultou na mobilidade forçada das populações afectadas, na privação destas aos serviços e cuidados de saúde, assim como na destruição de unidades sanitárias”, afirmou.
Acrescentou que, com a melhoria da situação de segurança em Cabo Delgado, “deveremos agora concentrar parte do nosso esforço em acções que garantam a continuidade dos cuidados de saúde às populações deslocadas e regressadas, bem como na criação de condições para um rápido funcionamento das unidades sanitárias, contribuindo assim para a materialização do Plano de Reconstrução das Zonas afectadas pelo Terrorismo, em Cabo Delgado (2021 – 2024).”
Tiago explicou que o Conselho Coordenador que hoje iniciou é um evento de prestação de contas, de aprofundamento da planificação e também de debate auto-crítico. Por isso, constitui um momento importante na vida da instituição.
“Neste encontro, deveremos também aprofundar o alinhamento das nossas acções sectoriais, tendo em conta as aspirações do Programa Quinquenal do Governo 2020-2024 e os Objectivos do Desenvolvimento Sustentável”, disse o governante, recordando que, para o presente ciclo de governação, o sector da saúde tem a missão de prover mais e melhores serviços às populações e avançar com a implementação da agenda de reformas.
(AIM)
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