Moçambique Apoia Declaração Sobre Florestas e Uso da Terra: Primeiro-Ministro

Por: Almiro Mazive, da AIM, em Glasgow

Moçambique apoia a Declaração Sobre Florestas e Uso da Terra, um instrumento assinado por mais de 100 países, visa desenvolver acções para deter e reverter a perda florestal e a degradação do solo até 2030.

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Segundo o Primeiro-Ministro, Moçambique também está determinado a continuar a envidar esforços para atingir uma matriz energética nacional de 62 por cento de energias renováveis até 2030, no âmbito do alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.

Contudo, disse o governante, “reconhecemos que o alcance destes níveis é um grande desafio para Moçambique porque pressupõe fontes de financiamento e tecnologias adequadas devidamente asseguradas para facilitar a massificação do uso de energias limpas”.

É por essa razão que, segundo o Primeiro-Ministro, Moçambique convida a todos a se juntarem aos esforços do país na mobilização de tecnologias e recursos necessários para a implementação de um programa de transição energética que inclui fontes mais limpas “e amigas” do ambiente sem, contudo, comprometer o processo de desenvolvimento socio-económico da nação.

Assegurou que o país continua a apostar nas oportunidades do mercado voluntário de cCarbono para promover a gestão sustentável das florestas.

Disse que ao candidatar-se a Membro Não-Permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para o período de 2023-2024, Moçambique “quer acrescentar a sua voz na agenda sobre mudanças climáticas”.

Reafirmou o compromisso de Moçambique em trabalhar colectivamente na definição de acções concretas, eficazes e realistas que “nos permitam abordar as mudanças climáticas de forma holística”, tendo em conta que Moçambique está na rota dos eventos climatéricos extremos que se registam de forma cíclica e, cada vez mais, frequente e com maior intensidade, tais como, ciclones, cheias, inundações e secas.

“Dada a frequência e intensidade com que os eventos climatéricos extremos se registam no nosso país, a nossa abordagem está centrada na prevenção, adaptação, mitigação, reassentamento da população virado para o desenvolvimento, construção de infra-estruturas resilientes, assim como de gestão de recursos hídricos, conforme previsto na nossa Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) actualizada”, disse Carlos do Rosário.

Reafirmou que Moçambique, à semelhança de outros países em desenvolvimento, não conseguirá sozinho mobilizar recursos necessários para financiar estas acções estruturantes para fazer face aos impactos das mudanças climatéricas. “Por isso, apelamos a mobilização de mais recursos, a suavização dos critérios de acesso aos mesmos, e transferência de tecnologia”.

Vincou que constitui prioridade para Moçambique, a implementação de um programa de transição energética “assente numa matriz diversificada, com fontes mais limpas e amigas do ambiente, em consonância com os programas de desenvolvimento do nosso país”.

Carlos do Rosário também defende uma transição energética para energias mais limpas e amigas do ambiente gradual e faseada de modo a minimizar o impacto no processo de desenvolvimento económico do país.

Diz ser neste contexto que Moçambique propõe-se a utilizar o gás natural como energia de transição para fontes mais limpas.

Quanto ao país anfitrião da próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-27), agendada para 2022, o Primeiro-Ministro disse que Moçambique apoia a candidatura do Egipto.

O desmatamento e a desertificação são parte dos desafios das mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável.

A ONU refere que além de afectar a vida e a forma de subsistência de milhões de pessoas no mundo, a acção do Homem contra ecossistemas coloca os seres humanos em risco, com o surgimento de doenças transmitidas por animais.
(AIM)
Mz /sg