Moçambique optimista quanto aos resultados da COP26

Por Almiro Mazive, da AIM

Manuel Gonçalves nomeado vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e  Cooperação - O País - A verdade como notícia
Vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Manuel Gonçalves

O governo moçambicano está optimista quanto aos resultados da Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP26) que decorre em Glasgow, na Escócia, e que conta com a participação de perto de 200 países do mundo inteiro.

A convicção foi expressa pelo vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Manuel Gonçalves, que falava na tarde deste domingo (31) em Glasgow, `a jornalistas moçambicanos.

“Moçambique participa na COP26 na esperança de que os líderes mundiais tomarão decisões que venham impulsionar a implementação dos protocolos, convenções, e acordos ambientais, incluindo o de Paris. Este é o nosso sentimento”, disse.

“Os debates começarão ainda esta segunda-feira (01), a nível dos Chefes de Estado e de Governo mundiais, e depois haverá reuniões ministeriais para continuar-se a negociar as matérias ambientais. Não podemos ser pessimistas antes mesmo do evento iniciar e tomar as suas conclusões”, acrescentou o diplomata.

Gonçalves falava na tarde deste domingo em Glasgow, à jornalistas moçambicanos, a margem da COP26 cuja abertura, a segunda-feira, deverá contar com a presença de líderes mundiais.

Moçambique faz-se representar pelo Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, que já se encontra na cidade escocesa, em representação do Presidente Filipe Nyusi.

A intervenção do Primeiro-Ministro moçambicano está agendada para a sessão de terça-feira.

Uma das questões que estará na mesa dos debates é o Acordo de Paris, nomeadamente a transição energética em que está em causa a exploração do carvão mineral que à luz do instrumento deixará de ser explorado até 2050. Moçambique possui importantes jazigos carboníferos.

Sobre a matéria, o vice-Ministro disse que Moçambique vai defender um processo de transição gradual devido ao impacto económico que a medida pode criar caso a interrupção seja imediata.

“Defendemos um processo de transição na eliminação deste recurso energético. Moçambique vai apresentar os desafios, e solicitar aos países desenvolvidos e outros parceiros de cooperação apoio na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas”, referiu.

Segundo Gonçalves, Moçambique também vai transmitir a sua experiência na mitigação das mudanças climáticas. “Como sabem o país tem sido assolado de forma cíclica por calamidades naturais, incluindo ciclones e cheias”.

“Vamos reiterar a solicitação desse apoio para que saibamos enfrentar o desafio do impacto das mudanças climáticas”, anotou.

Entretanto, centenas de activistas ambientais já se encontram na maior cidade da Escócia, vindos de várias partes do mundo, para expressar a sua preocupação pela forma como o mundo tem estado a lidar com as causas das mudanças climáticas.

Por isso, os organizadores temem que os activistas possam tentar prejudicar o curso normal doo evento com as suas manifestações.

Com efeito, os activistas planearam uma série de protestos “não violentos” contra o que consideram de falta de interesse das potências mundiais para salvar o planeta dos efeitos nefastos das mudanças climáticas.

A Conferência de Glasgow deverá adoptar decisões e recomendações que vão impulsionar a implementação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (sigla em inglês, UNFCCC), do Protocolo de Kyoto e do Acordo de Paris.

Os Chefes de Estado e de Governo deverão, por sua vez, manifestar o compromisso político de agilizar a finalização das negociações visando operacionalizar o Acordo de Paris.

No evento mundial serão realizadas a 26ª Conferência das Partes (COP 26) da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC); 16ª Reunião das Partes do Protocolo de Kyoto (CMP 16) e 3ª Reunião das Partes do Acordo de Paris (CMA 3).

Na deslocação a Glasgow, o Primeiro-Ministro também faz-se acompanhar pelo vice-ministro da Terra e Ambiente, Fernando Bemane de Sousa, quadros do Governo, bem como representantes do sector privado e da sociedade civil.
(AIM)
Mz /sg