Por: Fernanda da Gama, da AIM
A Universidade Joaquim Chissano (UJC) de Moçambique graduou nesta terça-feira (19), em Maputo, um grupo constituído por 330 estudantes dos quais 84 licenciados em Relações Internacionais e Diplomacia e 6 mestres da mesma área, mais 219 licenciados em Administração Pública e 21 mestres desta área.
A UJC e’ uma universidade pública moçambicana, multicampi, sediada na cidade de Maputo. O nome da universidade homenageia o líder anticolonial e ex-presidente da República de Moçambique, Joaquim Chissano. A UJC surgiu da fusão do Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI) e do Instituto Superior de Administração Pública (ISAP), em meio às reformas no ensino superior moçambicano ocorridas nos anos de 2018/2019.
Esta instituição de ensino superior descende principalmente do Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI), criado pelo decreto nº 1/86, de 5 de Fevereiro de 1986, vocacionado para a formação de quadros para as áreas de Relações Internacionais e Diplomacia. O outro Instituto Superior de Administração Pública (ISAP) foi criado pelo decreto nº 61/2004, de 29 de Dezembro de 2004.
Em 2018 o ISRI e o ISAP são afectados com a reforma do ensino superior promovida pelo governo de Moçambique. A reforma propunha a fusão destes, de maneira que pudessem constituir uma Universidade mais forte. De tal proposta surgiu a UJC, efectivada pelo decreto n° 85/2018 de 26 de Dezembro de 2018, aprovado pelo Conselho de Ministros.
Desde a fusão do ISRI e ISAP e consequente criação da UJC, esta é a segunda cerimónia de graduação e decorre sob o lema “O Funcionário a Servir Cada Vez Melhor o Cidadão”. A mesma realiza-se sob a observância das medidas restritivas para a prevenção da pandemia da Covid-19 e, para o efeito, os graduados foram subdivididos em três grupos.
Na ocasião, o Secretário do Estado na Cidade de Maputo, Vicente Joaquim referiu que o perfil do profissional actual da administração pública deve estar voltado para o conhecimento, o saber fazer, saber estar e saber pensar como principais ferramentas de trabalho.
“Acreditamos, pois, que a UJC proporcionou a cada um dos graduados aqui presentes uma oportunidade ímpar para aprender a ser, estar, fazer e pensar. Estes quatro elementos são importantes, pois influenciam a mudança de atitude dos funcionários públicos”, Vicente Joaquim.
Recomendou aos finalistas para que sejam campeões da melhoria na prestação de serviços nas instituições que servem e que possam ser impulsionadores do uso de tecnologias de informação e comunicação num esforço de modernizar e inovar a Administração Pública.
Por seu turno, o Reitor da UJC, José Magode, disse aos recém-graduados para usarem os conhecimentos adquiridos na academia para o desenvolvimento do país e advertiu para se distanciarem de actos corruptos e todos que podem manchar a sua reputação, bem como a imagem da instituição.
“Com a formação que acabam de concluir, estão dotados de qualidades e capacitados com as práticas profissionais consentâneas e com os propósitos de bem servir ao cidadão, nomeadamente liderança, coordenação, gestão, atitude para com a mudança, relacionamento humano, comunicação, capacidade de interpretar a legislação, a política e estratégia do governo na promoção do desenvolvimento”, disse Magode.
O reitor da UJC exortou aos graduandos a fazerem o seu melhor em prol do cidadão, pois só assim testemunharão a coerência do saber-estar, saber-ser, saber-pensar e o saber fazer, princípios fundamentais da academia.
Apelou ainda para que continuem a aprender, pois a cerimónia marca apenas o fim de mais uma etapa de formação, não a última desse processo.
“Ao voltarem aos vossos locais de trabalho marquem a diferença, sejam o testemunho inequívoco de que a vossa formação na UJC obedeceu aos mais elevados padrões de qualidade tendo-vos conferido as necessárias competências para o exercício das tarefas que tendes sob a vossa responsabilidade na função pública”, afirmou.
Já a representante dos estudantes, Evódia de Lurdes agradeceu a direcção e ao corpo docente pelo apoio e dedicação, pois os últimos meses académicos foram de muito sacrifício e desafios devido a pandemia da Covid-19.
“Nós celebramos esta conquista com orgulho e satisfação de dever cumprido, pois a pandemia da Covid-19 trouxe muitas dificuldades no nosso dia-a-dia. A nossa conquista não marca o final de uma etapa, mas o começo de uma nova vida cheia de desafios, glórias e sucessos”, avançou.
Os recém-graduados comprometeram-se a actuar nos sectores de trabalho como agentes de mudança, fazendo valer o saber-ser, saber-fazer e saber-estar perante o público.
(AIM)
Fernanda da Gama (FG) /SG/JSA