
UNESCO distingue iniciativa que se destaca na educação das raparigas
A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (UNESCO), distinguiu a Girl MOVE Academy, uma organização portuguesa que actua em Moçambique, pelo trabalho e metodologia desenvolvido na educação de raparigas e mulheres 2021.
O prémio UNESCO reconhece internacionalmente a metodologia da Girl MOVE como inovadora e eficaz, que através de círculos de mentorias interoperacionais potenciam o talento e liderança feminina, um movimento transformador que junta jovens mulheres de diferentes idades e em distintas fases de desenvolvimento para se inspirarem, apoiarem e transformarem mutuamente.
A informação foi tornada pública hoje, através de um comunicado de imprensa da UNESCO a que AIM teve acesso.
De acordo com a nota de imprensa, a iniciativa procura, assim, amplificar o talento feminino, promovendo uma nova geração de jovens mulheres líderes e agentes de mudança a gerar transformação sustentável.
“O objectivo desta Academia de Liderança é alterar o contexto social existente com a criação de novos modelos de referência e desta forma contribuir para uma sociedade mais equitativa e com mais oportunidades para as mulheres”, cita a o comunicado.
Para Alexandra Machado, CEO Girl MOVE, “A atribuição do Prémio da UNESCO é o reconhecimento de que estamos a trabalhar no caminho certo, criando impacto e transformação real na sociedade. Activar o talento e a liderança desta nova geração tornam-nos parte de uma missão maior de transformar Moçambique, África e a humanidade num lugar melhor e mais sustentável”, lê-se no comunicado.
Refira-se que, em Moçambique cerca de 45% das raparigas casam ou engravidam antes dos 18 anos, 31% transitam para o ensino secundário e apenas 2% completam a universidade. Com a sua intervenção, desde 2014, a iniciativa em alusão, tem vindo a inverter esta realidade e já contribuiu para transformar a vida de milhares raparigas e jovens mulheres em Moçambique.
Depois da frequência na academia, cerca de 100% das jovens licenciadas, que passaram pelo programa em menos de três meses, conseguiram ingressar numa carreira de impacto, e 90% das raparigas adolescentes transitaram para a escola secundária.
(AIM)
Paulino Checo (PC)/MZ