A Ministra moçambicana dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, lançou o DELPAZ, Quinta-feira (14), em Gondola, província central moçambicana de Manica, um programa do Governo moçambicano e a União Europeia que visa contribuir para a melhoria da governação local, inclusiva e recuperação económica das comunidades rurais, em 14 distritos e municípios das províncias centrais de Manica, Tete e Sofala, afectados pela insegurança político-militar.
A Ministra Macamo considerou, na ocasião, que o programa DELPAZ vem fortalecer a unidade nacional, paz e desenvolvimento local, em Moçambique. Trata-se de um programa que será implementado em cinco anos (2021- 2025) e tem financiamento global de 26 milhões de Euros, dos quais 25 milhões são disponibilizados pela União Europeia e Áustria.
Segundo foi anunciado na ocasião, o programa também vai beneficiar aos guerrilheiros da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, e da sua Junta Militar que aderiram ao processo de Desmobilização, Desarmamento e Reintegração (DDR), em curso no País. Na verdade, são mais de 2.700 guerrilheiros já abrangidos pelo DDR, dos mais de 5.200 existentes, em todo o País.
Macamo disse esperar ainda que o mesmo programa melhore as condições de vida da população nas zonas afectadas pelo conflito militar. ”O sucesso desta iniciativa depende exclusivamente do envolvimento de todos os intervenientes do processo de modo a garantir a participação massiva da população de forma inclusiva”, vincou.
“Esta cerimónia reveste de grande importância pois marca a passagem da fase de concepsão do projecto para o de início da sua implementação. Este é o momento mais crítico porque é de muito trabalho. O povo espera muito de nós. Tem esperança de um dia ver as suas vidas melhoradas”, adicionou Macamo.
Num outro desenvolvimento, a governante revelou que o sucesso desta da implementação desta iniciativa, irá contribuir nos esforços do governo para o desenvolvimento sustentável e inclusivo para a redução da pobreza e vulnerabilidade dos distritos beneficiários da forma particular e o País, em geral.
‘’Qualquer iniciativa que acontece num distrito ou outro lugar é uma contribuição para a evolução do país e para o bem do povo moçambicano. Desenvolvimento não se faz num dia em todos os lados. Há sempre onde começar. Hoje estamos a vir aqui na região centro’’, rematou a chefe da diplomacia moçambicana.
Na mesma ocasião, o Embaixador da União Europeia, António Sánchez-Benedito Gaspar, defendeu, por sua vez, que a União Europeia sempre esteve empenhada no processo de Paz e Reconciliação Nacional em Moçambique.
Gaspar explicou que o DELPAZ é uma parte desse amplo compromisso ao qual disponibilizamos 62 milhões de euros. “As intervenções do DELPAZ nas três províncias vão promover um desenvolvimento mais equitativo das comunidades afectadas pela insegurança e estimular a recuperação económica local, através de mais investimentos públicos, prestação de serviços e oportunidades para mulheres, jovens e indivíduos desmobilizados e suas famílias.
Para o Secretário-Geral da Renamo, André Majibire, a iniciativa da União Europeia e do Governo tem feito para que o DDR seja um sucesso. ‘’Vimos em algumas províncias alguns combatentes a conviverem juntamente com as suas famílias nas comunidades. Isso alegra-nos bastante apesar de ainda persistirem alguns desafios. Acreditamos que serão ultrapassados porque o que todos almejam é uma paz afectiva em Moçambique’’, disse.
Num outro desenvolvimento, Majibire revelou que ‘’temos muitos irmãos pelas matas, nosso apelo é que eles adiram ao processo DDR e se juntem a outros moçambicanos na construção do país’’.
Na cerimónia de lançamento do programa DELPAZ participaram também os Secretários de Estado e os Governadores das três províncias abrangidas, nomeadamente, Manica, Sofala e Tete, além de embaixadores, representantes de parceiros de cooperação, entre outros participantes.
(AIM)
Tel/NM/SG/JSA