O Governo moçambicano anunciou, Quinta-feira (14), o início do período de veda da pescaria do camarão de superfície e do caranguejo de mangal, com efeito a partir do dia 01 de Novembro próximo. Segundo o director-geral adjunto da Administração Nacional da Pesca, Cassamo Júnior explicou que a veda e defeso para a pescaria de camarão de superfície e de caranguejo de mangal visa garantir a protecção e manutenção, assim como a exploração sustentável dos recursos pesqueiros.
Assim, a veda e defeso da pescaria do camarão de superfície termina a 31 de Março do próximo ano no Banco de Sofala, Baia de Maputo e na foz do Limpopo para a pesca industrial, semi-industrial e artesanal. A veda para o caranguejo de mangal é mais reduzido, pois termina a 31 de Dezembro de 2021.
”Com o período de defeso pretendemos proteger determinadas áreas ou épocas, enquanto a veda é um período de interdição da pesca com vista a protecção de juvenis para que possamos ter melhores rendimentos na campanha seguinte e assegurar que os recursos pesqueiros sejam capturados de uma forma responsável, garantir a sustentabilidade da pescaria, a manutenção e a recuperação do camarão de superfície e do caranguejo de mangal”, disse Cassamo Junior.
A mesma fonte advertiu que durante o período de defeso e veda é proibido adquirir, transportar, manipular o camarão de superfície e caranguejo de mangal. Por isso, apelou a todos os operadores para a observância das medidas decretadas pelo Governo para garantir a sustentabilidade das pescarias.
Num outro desenvolvimento, Júnior revelou que no caranguejo de mangal existe um potencial de cerca de 10 mil toneladas, tendo sido registado este ano a pesca cerca de 6.919 toneladas contra 8.400 capturas em 2020. A redução do caranguejo de mangal deve-se a adopção de algumas medidas, tais como a obrigatoriedade das empresas realizarem a aquacultura do caranguejo do mangal.
“As empresas tinham que nos submeter projectos de aquacultura do caranguejo do mangal, isto fez com que houvesse uma redução do número de empresas a operar em 2020 em comparação com o ano de 2021”, ajuntou Júnior.
Por outro lado, Júnior considera que na pesca pesca industrial, semi-industrial e artesanal do camarão de superfície regista-se um volume de produção de cerca de 5.901 toneladas em 2021 contra 5.901 toneladas no ano anterior, porque verifica-se igualmente uma melhoria no rendimento médio diário na pescaria do camarão de superfície na pesca industrial e semi-industrial que passou de 288 quilos para cerca de 340 quilos por dia.
O Director Nacional de Operações, Leonide Chimarizene, advertiu por sua vez que a vigência desta interdição será caracterizada por uma fiscalização cerrada, apreensão do produto pescado ilegalmente, artes de pesca nocivas, bem como acções de sensibilização dos pescadores e da sociedade, sobre a importância da estrita observância do período de veda e defeso.
Neste sentido, foram preparadas missões de fiscalização também nos mercados para garantir o cumprimento integral do período de veda e defeso.