O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, considera um exercício muito difícil quando chega a fase de anunciar novas medidas restritivas que visam travar a propagação da pandemia da Covid-19 pois, está ciente que, por outro lado, acabam afectando parte considerável dos cidadãos.
“Cada vez que tenho que falar à nação sobre as medidas [restritivas] é me difícil porque eu sei o que significa ‘fechar barraca”, disse Nyui, afirmando estar ciente que é uma parte da receita que não entra para o cidadão que está a vender.
Nyusi proferiu estas declarações durante a audiência que concedeu a direcção da Organização dos Trabalhadores de Moçambique-Central Sindical (OTM-CS) durante a saudação por ocasião da passagem dos 45 anos daquela agremiação. Ao anunciar a redução do horário para o funcionamento das instituições laborais, Nyusi afirmou estar ciente que isso afecta a capacidade produtiva das empresas, “mas temos que dizer que é para proteger toda sociedade e para proteger Moçambique”.
Por isso, o Chefe do Estado apela a todos os moçambicanos a observarem e mobilizarem a classe trabalhadora ao cumprimento integral das medidas de prevenção contra a pandemia da Covid-19.
Barracas de Maputo, Ilustração
Actualmente, as medidas restritivas, que são de nível 2, estabelecem que o horário de funcionamento das barracas de vendas de produtos alimentares é das 06h00 às 18h00. Os bottle store e outros locais de vendas de bebidas alcoólicas continuam a abrir às 09h00, mas passam a fechar às 15h00. Aos domingos, feriados e nos dias de tolerância de ponto, os bottle store e outros locais de vendas de bebidas alcoólicas permanecem encerrados. A lotação dos ginásios, nas classes polivalentes e de grande dimensão aumenta de 25 para 30 por cento, e dos ginásios de classe de média dimensão de 10 por cento para 20 por cento.
“O sucesso na implementação dessas medidas permitirá que muito rapidamente passemos desta fase e voltemos em pleno aos sectores de trabalho, condição para sobreviver”, vincou Nyusi.
Num outro desenvolvimento, Nyusi elogiou aos moçambicanos pelo cumprimento das medidas de prevenção, afirmando que a maioria contribuiu para o país chegar a fase actual, onde a pandemia está “relativamente controlada”. Contudo, revelou que a última medida, decretada quarta-feira (06) pelo governo, de encerrar as 15 praias do país, deve-se a desobediência das medidas restritivas. “São quatro praias que nos incomodaram e essas fizeram com que as outras praias ficassem prejudicadas”, disse, sem no entanto revelar quais.