
Maputo, 07 Out (AIM) – Os restos mortais do Cardeal Dom Alexandre José Maria dos Santos, que perdeu a vida na última quarta-feira aos 103 anos, vítima de doença, jazem desde hoje (07) na Sé Catedral de Maputo, a capital moçambicana.
Entre os presentes na cerimónia fúnebre destacam-se o Presidente da República, Filipe Nyusi, os ex-estadistas moçambicanos, Joaquim Chissano, e Armando Guebuza, entre outras individualidades.
Dom Alexandre foi o primeiro sacerdote negro, primeiro bispo, e primeiro cardeal católico em Moçambique.
Natural de Zavala, província de Inhambane, sul do país, Dom Alexandre foi ordenado padre em 1953, tornando-se no primeiro negro moçambicano na função.
Em 1988 foi designado cardeal-presbítero de San Frumenzio ai Prati Fiscali pelo Papa João Paulo II, também primeiro. Entre 1975-2003, ele foi arcebispo de Maputo. Após resignar, em 2003, tornou-se arcebispo-emérito de Maputo.
Ao longo dos seus anos activos, o Cardeal foi a face moçambicana mais proeminente da Igreja Católica Romana. Foi fundamental para a criação da Universidade São Tomás, com sede em Maputo, e também desempenhou um papel significativo nas negociações que conduziram à assinatura do Acordo Geral de Paz (AGP), em 1992, em Roma, capital italiana, pondo fim à guerra civil dos 16 anos.
O “embondeiro” da Igreja Católica em Moçambique fundou e foi o primeiro presidente da Caritas de Moçambique, no momento da Independência de Moçambique. Promoveu relações mais estreitas com as comunidades eclesiásticas das ex-colónias portuguesas de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.
O Cardeal Dom Alexandre José Maria dos Santos teve como seu lema episcopal: ″Servir e Não ser servido″.
(AIM)
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